Exibição de Videoarte
Apichatpong
Weerasethakul, apelidado por si mesmo Joe, é um realizador do cinema
independente tailandês. Licenciado em Arquitetura pela Universidade de Khon
Kaen (Tailândia) e Mestre em Belas Artes – Cinema, pelo Art Institute (Chicago
- EUA). Nascido em 1970 e filho de médicos, tornou-se uma figura central no
cinema contemporâneo desde 1994, quando iniciou seu trabalho como videoartista
e criador de instalações, estas já expostas em museus e centros de arte do
mundo inteiro.
A exposição “Apichatpong Weerasethakul” é, na verdade uma
coletânea de oito filmes de Joe: sete curtas e um longa. Os sete curtas foram
realizados entre 2006 e 2012, e o longa, “Hotel Mekong”, é de 2012. Foi
realizada em Belo Horizonte/MG na Galeria Oi Futuro, com curadoria de Francesca
Azzi (brasileira, diretora da Zeta Filmes). A mostra do trabalho de
Weerasethakul faz parte do projeto “Fluxus”, coordenado pela curadora.
O “Fluxus” -
Festival Internacional de Cinema na Internet, surgiu em 2000, como “Brasil Digital”, antes de existir o You Tube e o Google. O
projeto buscou criar novos espaços de exibição para o filme curto brasileiro, e
em 2003 se tornou internacional.
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as imagens de Joe W. é como adentrar um mundo reinventado. O cineasta
complementa a realidade documental, na qual baseia seus filmes, com uma visão
onírica e abstrativa de seus elementos, objetos e participantes. Com uma narrativa
não-linear, Joe promove intensas sensações e associações mentais e afetivas,
que podem desencadear reflexões políticas, pessoais e humanistas de grande alcance.
Sua força parece estar num olhar extremamente humano sobre os homens e mulheres
que vivem erraticamente sobre este planeta tresloucado. O inumano de cada uma
das personas que seus filmes enfocam, e dos espaços que são tratados como
ambientes vivos e significativos, transpõe o mistério da vida para a tela
bidimensional, codifica a passagem de estados de espírito em imagens inusitadas e líricas.
Num tempo de
excesso de imagens, de filmes em profusão, de sentimentalidades amassadas pelo
consumismo, os filmes de Joe W. podem despertar um luminosidade interior. Podem
injetar fantasia e amor em nossas cabeças cansadas e repletas de pensamentos e
decisões. O cinema de Joe W. poderia, penso, ser dito supra-realista, porque
não economiza delírios possíveis para nosso mundo atual, e, ao mesmo tempo,
imanta a realidade de vários níveis de percepção. É doce e bruto, é feminino e
agressivo, é grandioso e simples.
Joe
Weerasethakul é um artista de seu tempo, disposto a ver e fazer a poesia do
cotidiano, e com competência de mestre para instaurar um clima criativo
naqueles que se dispuserem a mergulhar no tempo, ao invés de serem dominados por
ele.
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.Saber falar de sua história e saber viver sua história.