quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Apichatpong Weerasethakul

 

Exibição de Videoarte
FLUXUS 2013

Apichatpong Weerasethakul, apelidado por si mesmo Joe, é um realizador do cinema independente tailandês. Licenciado em Arquitetura pela Universidade de Khon Kaen (Tailândia) e Mestre em Belas Artes – Cinema, pelo Art Institute (Chicago - EUA). Nascido em 1970 e filho de médicos, tornou-se uma figura central no cinema contemporâneo desde 1994, quando iniciou seu trabalho como videoartista e criador de instalações, estas já expostas em museus e centros de arte do mundo inteiro.

A exposição “Apichatpong Weerasethakul” é, na verdade uma coletânea de oito filmes de Joe: sete curtas e um longa. Os sete curtas foram realizados entre 2006 e 2012, e o longa, “Hotel Mekong”, é de 2012. Foi realizada em Belo Horizonte/MG na Galeria Oi Futuro, com curadoria de Francesca Azzi (brasileira, diretora da Zeta Filmes). A mostra do trabalho de Weerasethakul faz parte do projeto “Fluxus”, coordenado pela curadora.

O “Fluxus” - Festival Internacional de Cinema na Internet, surgiu em 2000, como “Brasil Digital”, antes de existir o You Tube e o Google. O projeto buscou criar novos espaços de exibição para o filme curto brasileiro, e em 2003 se tornou internacional.

Compartilhar as imagens de Joe W. é como adentrar um mundo reinventado. O cineasta complementa a realidade documental, na qual baseia seus filmes, com uma visão onírica e abstrativa de seus elementos, objetos e participantes. Com uma narrativa não-linear, Joe promove intensas sensações e associações mentais e afetivas, que podem desencadear reflexões políticas, pessoais e humanistas de grande alcance. Sua força parece estar num olhar extremamente humano sobre os homens e mulheres que vivem erraticamente sobre este planeta tresloucado. O inumano de cada uma das personas que seus filmes enfocam, e dos espaços que são tratados como ambientes vivos e significativos, transpõe o mistério da vida para a tela bidimensional, codifica a passagem de estados de espírito em imagens  inusitadas e líricas.

Num tempo de excesso de imagens, de filmes em profusão, de sentimentalidades amassadas pelo consumismo, os filmes de Joe W. podem despertar um luminosidade interior. Podem injetar fantasia e amor em nossas cabeças cansadas e repletas de pensamentos e decisões. O cinema de Joe W. poderia, penso, ser dito supra-realista, porque não economiza delírios possíveis para nosso mundo atual, e, ao mesmo tempo, imanta a realidade de vários níveis de percepção. É doce e bruto, é feminino e agressivo, é grandioso e simples.

Joe Weerasethakul é um artista de seu tempo, disposto a ver e fazer a poesia do cotidiano, e com competência de mestre para instaurar um clima criativo naqueles que se dispuserem a mergulhar no tempo, ao invés de serem dominados por ele.

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