sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Critica e Percepção em John Dewey


CRITICA E PERCEPÇÃO

Jonh Dewey
(Arte como Experiência.
Ed. Martins Fontes, 2010)


Crítica é juízo, tanto idealmente quanto em termos etimológicos. Compreender o juízo, portanto, é a primeira condição para uma teoria sobre a natureza da crítica. As percepções fornecem ao julgamento seu material, quer ele diga respeito à natureza física, à política ou à biografia. O conteúdo da percepção é a única  coisa que faz diferença nos juízos subsequentes. Visto que a matéria da crítica estética é percepção dos objetos estéticos, ela é sempre determinada pela qualidade da percepção direta; a obtusidade na percepção nunca pode ser compensada por nenhum volume de conhecimentos, por mais vastos que sejam, nem pelo domínio de teorias abstratas, seja qual for a sua correção.

Pensa-se, comumente, na crítica como se sua tarefa não fosse a explicação do conteúdo de um objeto, em termos da substância e da forma, e sim um processo de absolvição ou condenação com base em méritos e deméritos. Grande parte desta crítica de tipo judicativo provém de uma desconfiança subconsciente que o indivíduo tem de si mesmo e do consequente apelo à autoridade em busca de proteção. A percepção é obstruída e abreviada pela lembrança de uma norma influente e pela substituição da experiência direta pelo precedente e pelo prestígio. O desejo de uma posição de autoridade leva o crítico a falar como se fosse o defensor de princípios estabelecidos, com uma soberania inquestionável. Infelizmente, tais atividades contaminaram a própria concepção de crítica.

Talvez esta situação se deva ao fato de que o julgamento definitivo, aquele que resolve uma questão, é mais compatível com a impenitente natureza humana do que o juízo que constitui o desenvolvimento reflexivo de uma percepção reconhecida a fundo. A experiência satisfatória original não é fácil de obter, sua conquista é um teste da sensibilidade inata e da experiência amadurecida através de amplos contatos. O juízo, como ato de investigação controlada, exige uma formação rica e uma visão disciplinada. É muito mais fácil “dizer” às pessoas em que elas devem acreditar do que discriminar e unir. E a plateia que, por sua vez, está habituada a receber ordens, em vez de ser ensinada a usar o pensamento para indagar, gosta de receber ordens.

Todo profissional está sujeito à influência dos costumes e da inércia, e tem de se proteger dessas influências através de uma receptividade intencional à própria vida. O crítico judicativo erige em princípio e norma justamente as coisas que constituem os perigos de seu ofício. A desastrada inépcia de boa parte da chamada crítica judicativa provocou uma reação que tendeu para o extremo oposto. Com efeito, se não em palavras, ela constituiu uma negação de que a crítica, no sentido do juízo, fosse possível, e uma asserção de que o julgamento devia ser substituído pela afirmação das reações a sentimento e imagens provocadas pelo objeto artístico. Mas não decorre daí que a crítica objetiva da arte seja impossível, nem porque o crítico possa perder-se em irrelevâncias e ditos arbitrários nem pela inexistência de um objeto externo uniforme e publicamente determinado.

O crítico, em virtude do elemento de risco, revela-se em suas críticas, mas se for cauteloso, emitirá seu juízo sobre o objeto de um modo que seja um resumo do resultado de seu exame objetivo. Perceberá que sua afirmação, ou avaliação, será testada por outras pessoas, em uma interação perceptual direta com objeto. Sua crítica será como um documento social e poderá ser verificada por outros a quem o mesmo material objetivo for disponibilizado. Por isso, se o crítico for sensato, mesmo ao fazer pronunciamentos sobre bom e ruim, de grande ou pequeno valor, dará mais ênfase aos traços objetivos que respaldam seu juízo do que aos valores.

Se por um lado, não existem padrões para as obras de arte nem, por conseguinte, para a crítica (do modo como existem padrões de medida), existem, por outro lado, critérios de julgamento, para que a crítica não caia no terreno do mero impressionismo. As discussões sobre a forma em relação à matéria, do significado do veículo na arte e da natureza do objeto expressivo proporcionam que se estabeleçam critérios. É importante lembrar que critérios não são regras nem receitas. São o resultado de um esforço para descobrir o que é uma obra como experiência, que tipo de experiência a constitui. A crítica é um juízo, e o material de que brota o juízo é a obra, o objeto, que entra na experiência do crítico, pela interação com sua sensibilidade, seus conhecimentos e seu reservatório acumulado de experiências passadas. Na medida em que suas conclusões sejam válidas, elas serão úteis como instrumentos para a experiência pessoal, mas não como ditames sobre qual deve ser a atitude de alguém.

Os critérios quanto ao seu conteúdo, variam conforme o material concreto que os evoca e devem respalda-los, para que a crítica seja pertinente e válida. Todavia os juízos tem uma forma comum, porque todos tem certas funções a cumprir. Essas funções são a discriminação e a unificação. O julgamento tem de evocar uma consciência mais clara das partes componentes e descobrir com que coerência essas partes se relacionam na formação do todo. A teoria dá os nomes de análise e síntese à execução dessas funções. Elas não podem ser separadas uma da outra, porque a análise é a revelação das partes como partes de um todo, de detalhes e particularidades como pertencentes a uma situação total, a um universo de discurso. A salvaguarda do crítico para desenvolver a análise é o interesse absorvente e bem informado.

Para o crítico do campo da arte, o saber deve ser o combustível do interesse caloroso. Esse interesse esclarecido significa a familiaridade com a tradição de sua arte específica, uma familiaridade que é mais que o conhecimento dela, uma vez que deriva da intimidade pessoal com os objetos que formaram a tradição. Como não existe arte em que haja apenas uma tradição, o crítico que não está intimamente familiarizado com uma variedade de tradições é necessariamente limitado, e suas críticas serão parciais e distorcidas. Uma vez que a forma sempre se integra com a matéria, o crítico apreciará a multiplicidade de formas especiais que existe quando sua experiência for genuinamente estética, e estará atento à identificação com uma forma ou técnica que venha a preferir ao se deparar com um trabalho sem precedentes. O conhecimento de uma vasta gama de tradições é uma precondição da discriminação exata e rigorosa. E na maioria dos casos, a discriminação do crítico tem de ser auxiliada pelo conhecimento do desenvolvimento do artista, tal como evidenciado pela sucessão de seus trabalhos.

Há, então, uma fase unificadora e uma fase discriminadora do juízo, a primeira tecnicamente conhecida como síntese, distinta da análise. Essa fase unificadora, mais ainda do que a analítica, é função da reação criativa do indivíduo que julga. É o lampejo de compreensão. É nesse ponto que a própria crítica se transforma em arte. A análise, a discriminação, deve resultar na unificação. Para ser uma manifestação do juízo, ela deve distinguir as particularidades e as partes com respeito a seu peso e função na formação de uma experiência integral. Sem um ponto de vista unificador, baseado na forma objetiva de uma obra de arte, a crítica termina em uma enumeração de detalhes. O que se pretende dizer é que o crítico deve captar um fio ou tendência que esteja realmente presente, e expô-lo com clareza suficiente para que o espectador tenha uma nova pista e orientação em sua experiência.

Vários modos de unificação por parte do crítico são legítimos, desde que duas condições sejam atendidas. Uma delas é que o tema e a concepção selecionados pelo interesse estejam realmente presentes na obra, e a outra é a exibição concreta dessa condição suprema: é preciso mostrar que a tese dominante é coerentemente mantida em todas as partes da obra. Desta forma se evitam duas falácias da crítica estética, sejam o reducionismo e a confusão de categorias. A falácia reducionista resulta da simplificação exagerada. Existe quando um componente da obra de arte é isolado e o todo é reduzido aos termos desse único elemento isolado, como, por exemplo, reduzir a obra exclusivamente aos valores representativos. O mesmo princípio se aplica quando a técnica é tomada para além da sua ligação com a forma. Um exemplo mais específico encontra-se na crítica feita a partir de um ponto de vista histórico, político ou econômico. Não há dúvida de que o meio cultural está dentro e fora das obras de arte. Ele entra como componente genuíno, e reconhece-lo como elemento é uma discriminação correta, mas não se trata de reduzir as obras a documentos históricos. Observa-se um tipo mais extremado da falácia reducionista quando as obras de arte são “explicadas” ou “interpretadas” com base em fatores incidentais presentes nelas. Grande parte da chamada crítica “psicanalítica” é dessa natureza.

A outra forma principal de prevalência desse tipo de falácia reducionista é na chamada crítica sociológica. O conhecimento das condições sociais da produção, quando de fato é um conhecimento, tem autêntico valor, mas não substitui a compreensão do objeto em suas próprias qualidades e relações. Somos assim levados à outra grande falácia do juízo estético, que aliás se mistura à falácia reducionista: a confusão de categorias. Por exemplo, existem categorias – isto é, concepções de controle da investigação – apropriadas à história, e o resultado é apenas confusão quando elas são usadas para controlar o estudo de uma arte que também tem ideias próprias. O que se aplica à abordagem histórica se aplica às outras modalidades de tratamento. Dentre as formas dessa falácia, a mais comum é supor que o artista parte de um material que já tem status reconhecido, seja ele moral, filosófico, histórico ou o que for, e o torna mais palatável usando um tempero emocional e uma roupagem imaginativa. A obra de arte é tratada como se fosse uma reedição de valores já correntes em outros campos da experiência. Há uma profunda distinção entre o veículo de uma obra de arte – o portador intelectual por cujo meio o artista recebe seu tema e o transmite a seu público imediato – e a forma e a matéria de seu trabalho.

Dado que o propósito do objeto estético é a acentuação da própria experiência direta, a arte usa o veículo adequado à consecução desse objetivo. O equipamento necessário do crítico é, em primeiro lugar, ter a experiência e, depois, fazer com que se revelem seus componentes em termos do veículo usado. Para o crítico, a questão é a adequação da forma à matéria, e não da presença ou ausência de uma forma particular. Há aqui um problema o qual o artista e o crítico tem que enfrentar: a relação entre a permanência e a mudança. A natureza e a vida não manifestam um fluxo, mas uma continuidade, e a continuidade envolve forças e estruturas que perduram através da mudança. O crítico que não for tão sensível aos sinais de mudança quanto ao recorrente e ao duradouro usará o critério da tradição, sem compreender a natureza dela, e recorrerá ao passado em busca de padrões e modelos, sem se dar conta de que todo passado foi, um dia, o futuro iminente de seu passado, o passado da mudança que o presente constitui.

Uma filosofia da experiência que seja agudamente sensível às incontáveis interações que compõem o material da experiência é a filosofia na qual o crítico poderá buscar inspiração. A função da crítica é reeducar a percepção das obras de arte. A concepção de que sua tarefa é avaliar, julgar no sentido jurídico e moral, bloqueia a percepção dos que são influenciados pela crítica que assume esta tarefa. A função moral da crítica se exerce de forma indireta. É o indivíduo que tem uma experiência ampliada e intensificada que deve fazer sua avaliação por si mesmo. A maneira de ajuda-lo é pela expansão de sua experiência de obra de arte, da qual a crítica é subsidiária. Só se capta a plena significação de uma obra de arte ao se passar, em nossos próprio processos vitais, pelos processos por que passou o artista na produção de seu trabalho. É privilégio do crítico participar da promoção desse processo ativo, e não impedi-lo a outrem.

domingo, 4 de novembro de 2012



Trigésima Bienal de São Paulo: A Iminência das Poéticas

A emoção do cotidiano








Para o curador desta Trigésima Bienal,
Luiz Pérez-Oramas, venezuelano radicado em Nova Iorque, o objetivo desta Bienal é "oferecer um olhar que faça sentido, um olhar que se faça a si mesmo junto à inteligência e ao olhar dos outros" (http://www.bienal.org.br, acesso em 04/11/2012). Ele desenvolveu seu trabalho em conjunto com André Severo (Brasil), Tobi Maier (Nova Iorque) e Isabela Villanueva (Nova Iorque), e seus objetivos são descritos como: aglutinar, dar espaço para processos artísticos que se colapsam mutuamente e inventar um espaço real. Foram eleitos como conceitos para orientar seu trabalho " sobrevivências", "alterformas", "derivas", "vozes" e "constelações".

Ainda para Luiz Oramas, "a dimensão constelar da Bienal, se encontra, no fim de contas, nos olhos e na mente de cada espectador, na medida em que este se abra à experiência da Bienal" (Idem). Este espaço para estar, aglutina 111 artista e cerca de 3.000 obras. De cada artista estão expostos pelo menos dois processos criativos diferentes, às vezes mais. Estão presentes as três Américas, a Europa, a Ásia e a Oceania. Além da exposição estão em andamento palestras, seminários, ateliês e ações performáticas, até dezembro. Uma "plataforma de encontro para  a diversidade" (Heitor Martins, Presidente da Fundação Bienal São Paulo, Idem).

Durante o longo passeio pelos pavilhões é possível se encontrar-se com todos os tipos de pessoas e de expectativas. Pude ouvir comentários do tipo "nada choca a gente nesta Bienal", "esta Bienal é muito fraca, não tem nada de novo", "grande demais", "de tudo um pouco", entre inúmeros outros. Encontrei uma forma de organizar aquela babel para mim mesma, e compartilho aqui, como forma de iniciar um diálogo. Ou não...

No primeiro pavilhão pareceu-me encontrar o resumo da proposta da mostra, no sentido de que há palavra, imagem em movimento, pintura, escultura e instalação, voltadas para a ideia mesma de iminência... tudo pode acontecer ao transitarmos por ali: decidirmos ir embora, despertar-se nossa curiosidade, ver tantas palavras substituindo imagens que a noção de visual se enevoa, enormes dúvidas e sensações misturadas de sim e de não. De todo modo, há humor nos vídeos e imagens de Ilene Segalove, nos quais o cotidiano feminino revela elementos estéticos nas roupas, nos hábitos e nas experimentações para dar movimento à vida. Há uma delicadeza e uma fragilidade imensas nas instalações de Fernando Ortega, que coloca o mínimo, o milimétrico no centro da vida, como a nos fazer lembrar de que há muito mais entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia pode supor... O pavilhão um dá indícios de que vamos nos encontrar com a arte que está no ato de viver, com uma arte que não quer sair da vida, talvez ao contrário, deseja que a vida se mostre plena de estímulos e de belezas. Uma atmosfera de dúvida e de necessidade de movimento já se instaura, repetindo aos nossos sentidos que será necessário se mover do nosso lugar de observadores para outro de agentes, se quisermos fruir aquela babel inconsútil.

Subindo a rampa, nos deparamos com um alto falante estático: David Moreno dá som a rostos inertes, e repete e repete e repete e repete a figuração deste som, causando uma sensação de barulho e de excesso de vozes não tão dissonantes entre si. Em mim despertou o riso... como tantas  cabeças e línguas poderiam se entender? Nossa atualidade é capaz de se ouvir? O segundo pavilhão pareceu-me reunir toda a iminência vislumbrada pela curadoria... a imagem em movimento, os objetos do cotidiano, as obras que exigem o corpo movimentado do fruidor para existirem, os objetos-de-entrar e a relação com os elementos naturais, com a água e a argila em Nydia Negromonte, sugerem que a arte está, antes de tudo, no ato de viver. Uma doce poesia de simplicidades e temporalidades atravessou meu ser, a ponto de me emocionar várias vezes, e de me colocar num lugar de humildade diante das possibilidades que a vida e o cotidiano oferecem, e que deixamos se esvaírem, sem cuidado e nem importância. Iván Argote "retrata em movimento" o olhar de anônimos na sua relação com uma câmera parada próxima a uma faixa de travessia de pedestres numa movimentada avenida, que pode ser em qualquer lugar do mundo... uma iminência de fama, de contato, de roubo da imagem... o olhar direto para a câmera nos vê, aqui do outro lado, e se comunica conosco, de modo dramático. Nada é dito, e nem precisa, trocar olhares e sorrisos ou caretas já é suficiente para se sentir para além daquela poltrona, num mundo de vidas paralelas e silenciosas. Passo a passo chegamos a Elaine Reichek, aquela que borda a vida como Ariadne, colocando a linha no fio da existência, lembrando o poder da trama e do tecido em registrar e provocar a vida e a arte. Delicadeza e força, feminino e monstruoso relato das relações entre humano e inumano.

O segundo pavilhão causou-me profundos prazeres. Me senti no mundo que a arte poderia (ou pode) realizar, se deixássemos o mercado de lado. Sei, impossível rebobinar a história. Nunca mais nos livraremos da experiência de vender que se inscreveu na nossa carne. Mas ainda se pode delirar com Ian Hamilton Finlay, e ver nos jardins e nas esculturas em pedra um marco da potência do humano de deixar rastros e reelaborar símbolos, transformando sua aplicação e o modo de ser engendrado por eles. O bordado de f. marquespenteado colore e enobrece a roupa, a cortina, a toalha de mesa, a almofada, enfim, a vida de novo. Tudo no cotidiano tem potencial estético, volto a pensar e a repetir em voz alta. Esta é a contemporaneidade da arte? Rodrigo Braga briga com o Tônus, sem dó, sem piedade, sem temperança nenhuma, e oferece "fotografias em movimento" capazes de aglutinar no espírito a dor e a delícia de se ser parte da natureza. E Artur Bispo do Rosário nunca mentiu: se ouvem as vozes pedindo que reorganizemos o mundo, para podermos encontrar os deuses... cada um terá sua oportunidade e seu dia, preparem-se.

O terceiro pavilhão, à parte tudo o que deixei para trás no segundo e que continua povoando minha memória, invade o olhar. Ricardo Basbaum nos oferece um "lugar para estar. A queda de Bas Jan Arder ilimita a vida. A composição em Sigurdur Gudmundsson opõe animado e inanimado como faces de mesma moeda (sic). As instruções de Alan Kaprow, leves e adocicadas, são tão absurdamente atuais na sua singeleza e humanidade que dá um certo medo... medo de esta atualidade sem ele nos fazer esquecer que o que realmente importa é ser, ser junto, estar, estar com, o ser só o é em relação. Sei bem, que o estado de espírito interfere (interioriza e fere) na relação com uma exposição de objetos e ações artísticas. Não me pretendo mais que, ou melhor entendida que, ou qualquer outro mais. Quero compartilhar essa doçura que a Trigésima Bienal me despertou pela vida. Pela simplicidade, pelo cotidiano e pela motivação para viver bem, com luzes e cores, com caprichosas arrumações e religação com o que a vida oferece ininterruptamente. É por isto, quase com certeza mas não somente, que Nino Cais me encantou até o âmago! Sua cozinha, seu corredor, sua área e sua prancheta descobrem a vida toda o tempo todo! Obrigada!!!

 Poderia continuar escrevendo sem parar... sobre erotismo, sobre repetição, sobre igualdade na diferença, sobre fotografia, sobre óleo sobre tela, sobre cor e sobre sombras. Tudo em mim está delicadamente remexido, ou em turbilhão absoluto, ou ainda em dúvida. Ser no mundo, é a minha primeira conclusão do que quiseram dizer as Iminências das Poéticas.